Os Autores João Villaverde e Lu Aiko Otta publicaram em 30 de Janeiro de 2013, no jornal O Estado de São Paulo, um texto muito interessante sobre a proposta e o andamento do processo de unificação das contribuições para o PIS e a COFINS.
Confira o texto na íntegra:
Governo quer apressar unificação de PIS e Cofins
Autor(es): João Villaverde Lu Aiko Otta
Fonte: O Estado de S. Paulo - 30/01/2013
O governo federal dá os últimos retoques para mudar a estrutura de
dois dos mais complexos tributos do País, o PIS e a COFINS. A idéia é
unificá-los, o nome de trabalho do novo tributo é Contribuição sobre Receitas
(CSR). A mudança é considerada prioritária pela presidente Dilma Rousseff, que
deseja anunciar as novas regras ainda neste semestre. Ela já disse que quer
fazer de 2013 o ano da desoneração tributária. Para tanto, será necessário um
consenso na área econômica para a estratégia de implantação da mudança. Há
dúvidas, pois a alteração envolverá perda de receitas e há pouco espaço no
Orçamento para novas renúncias. Ontem, o Estado noticiou que o governo
pretende elevar em R$ 15 bilhões a previsão de novas desonerações no Orçamento.
A medida poderá abrir espaço para a reforma do PIS/COFINS. Hoje, o PIS e a COFINS
são calculados de duas formas, dependendo do setor. Alguns o recolhem de
forma cumulativa, ou seja, aplicam uma alíquota de 3,65% no faturamento da
empresa. Outros o fazem de forma não cumulativa, aplicando a alíquota de
9,25% a cada etapa de produção e deduzindo créditos tributários gerados pela
compra de insumos naquela etapa. A política para créditos é cheia de exceções,
o que transforma os tributos em pesadelo para as empresas. No momento, as
discussões técnicas estão concentradas em duas questões: qual o peso do novo
tributo e em quanto tempo a mudança vai entrar em vigor. Uma minuta da
legislação do novo imposto previa uma alíquota única, mas esse caminho acarretaria
perdas a alguns setores e ganhos a outros. Isso o governo não quer. A ordem é
não impor perdas. Estuda-se, portanto, a adoção de duas ou mesmo três
alíquotas, para evitar que as empresas tenham a carga tributária aumentada.
Essas alíquotas variam entre 4% e 9%. Outra questão, mais difícil de
contornar, é o impacto fiscal da mudança. Estimativas apontam que o governo
pode criar uma conta de crédito tributário de R$ 30 bilhões caso adotasse, por
exemplo, uma alíquota única. O governo se divide entre aqueles que desejam que
o novo tributo seja instituído para todos, já em janeiro de 2014, e aqueles
que defendem uma adoção gradual, começando ainda neste ano. Nessa segunda hipótese,
a mudança poderia começar por alguns setores econômicos, como o de construção
civil e telecomunicações, ou categorias de gastos que passariam a gerar
créditos. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, chegou a adiantar, no fim do
ano passado, que poderia autorizar as empresas a utilizarem créditos
tributários do PIS e da COFINS obtidos com a aquisição de serviços. Hoje, eles
não geram créditos, e essa é uma antiga reclamação do setor produtivo. O
governo discute também o que fazer com os regimes especiais de tributação. A
legislação dos dois tributos hoje é das mais complexas, uma vez que, além das
regras gerais, diversos setores recolhem o PIS e o COFINS de forma particular.
Segundo uma fonte qualificada da equipe econômica, os estudos do governo têm
como objetivo central a "simplificação total" desses tributos.
"Hoje, até pagar o PIS/COFINS é complicado", disse. "A nova
legislação não tem de ser simples para o governo, mas tem de ser simples na
ponta, para a empresa." Internamente, o governo entende que a mudança
não deve ocorrer antes de abril, diante da complexidade do assunto. Técnicos
entendem que a unificação do PIS e da COFINS, e sua conseqüente simplificação
sob um regime único, vão concluir uma espécie de reforma tributária. Nessa
reforma estão inseridas as mudanças no ICMS, que o governo espera aprovar
neste ano, e a desoneração da folha de pagamentos, que deve ser ampliada até o
fim do ano que vem.
A grande maioria dos contribuintes brasileiros anseia pela simplificação e redução de carga desse tipo de contribuição. Esperamos que esta proposta de melhoria apresente resultados mais claros e expressivos que as demais ações de desoneração implementadas.
Espero que essas mudanças quando postas em prática, não afete de forma negativa na vida do nosso povo brasileiro que ainda sofre demais com tantos impostos a pagar.
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